A linha que separa a vida pessoal de um funcionário e a sua vida de trabalho é muito tênue, pois o trabalho consome grande parte da nossa vida e rotina. Porém, existem separações e respaldos legais.
As escolhas da minha vida privada podem gerar justa causa?
A sua vida pessoal é apenas sua. Sua religião, orientação sexual, ser portador de alguma deficiência ou doença, cor da pele, origem, ser mãe, ser pai, lugares que frequenta, roupas que usa fora do ambiente de trabalho não podem jamais ser motivos usados na demissão de um funcionário.
Como essas coisas dizem respeito apenas ao funcionário e não afetam em nada a imagem da empresa, se forem usados como motivo de demissão, o funcionário pode entrar com um processo judicial, alegando que a motivação é de cunho discriminatório, preconceituoso.
Mesmo no caso de demissão sem justa causa, se o funcionário suspeita que houve alguma motivação discriminatória, ele pode e deve buscar os seus direitos, com uma ação judicial por danos morais.
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O que posto nas redes sociais pode causar minha demissão?
Sobre o comportamento nas redes sociais o tema é mais delicado. Publicações de fotos com a família, amigos, parceiros, em atividades esportivas ou qualquer coisa do gênero não podem ser usadas como motivação.
Apenas publicações em que o funcionário difama a empresa e seus colaboradores, compartilha informações sensíveis sobre a empresa ou faz algum tipo de comentário discriminatório ou vexatório contra alguém podem ser usados como justa causa.
É importante lembrar que, naturalmente, condutas inadequadas com uniforme ou crachá da empresa ou atuação criminosa de qualquer natureza podem, sim, gerar uma demissão por justa causa.
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De qualquer forma, o bom senso é sempre nosso aliado em qualquer situação. Seja como contratante ou como empregado, tratar com respeito às individualidades e ser responsável com o seu trabalho são a melhor forma de manter essa relação saudável.
Em caso de dúvida, procure ajuda jurídica para entender o seu caso.